E um anjinho era menino...


Amigas de infância, amigas para sempre. O que significou o tempo? O que levou a distância? Nada... Ao se encontrarem a alegria é sempre a mesma. Assuntos para conversar? Nossa, são intermináveis...

Ficou na lembrança, uma história deste tempo em que era bastante comum , nas procissões, as mães vestirem suas filhas de anjo para participarem delas. As meninas usavam uma túnica de cetim branco, asas feitas de papel crepom ou com penas brancas de aves e também apresentavam uma tiara com uma estrela reluzente, no alto da cabeça.

Contam que, após o término de uma procissão em homenagem à padroeira da cidade, enquanto se aguardava o início da missa campal, uma turma de anjinhos ( ou seria melhor dizer: “anjinhas”?) resolveu ir até o terreno baldio que ficava atrás da casa paroquial para fazer pipi. Todas se agacharam segurando parte das vestes brancas para que estas não se sujassem, nem ficassem molhadas. Mas um pequenino anjo, de rosto delicado, com longos e cacheados cabelos loiros, ergueu a túnica e, permanecendo de pé, começou a fazer pipi.

- Nossa, tem um menino aqui! – gritou uma delas. Esta surpresa fez com que elas saíssem correndo, assustadas. O anjinho, com inocente espanto, observou a debandada, e pôs-se a correr também, atrás da turma.

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