Nas lembranças
de infância
Há um rio de
águas transparentes e... quentes!
Que correm,
brincam e se espreguiçam
Num leito de
pedras arredondadas e... coloridas!
Domingos
felizes, banhos tépidos de rio à sombra, ao sol...
Risos se
misturam ao canto dos pássaros.
A terra é o
céu e os anjos éramos nós!
Família
reunida... o que há de melhor na vida?
Mas o tempo
passava tão depressa, que pena!
E sempre
chegava a hora da despedida.
E me recordo
que um dia,
De mãos dadas
duas meninas se afogaram:
Enganadas pela
transparência das águas
Ao julgar sua profundidade erraram.
Mas foram
salvas: anjos não morrem no céu...
Retornei há
algum tempo ao lugar de nosso Éden.
Muita gente o
descobrira e... fora transformado em mina de ouro!
Hoje se paga
para entrar “no céu” que nada se parece com aquele paraíso:
Nas águas quase
frias raras são as pedras coloridas,
No leito de
areia não raros são fragmentos de lixo urbano...
Com lágrimas
no coração vejo que o rio de minha infância
Não existe
mais ali...
Ele corre
alegremente cristalino apenas em minhas lembranças...
Com alegria no
coração sinto que aquelas duas meninas,
Que se afogaram juntas,
Permanecem grandes amigas, irmãs!
E a vida segue
seu curso, como um rio, entre tristezas e alegrias...
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