O dia em que a Luischen sumiu




Sentindo falta da filha de cinco aninhos,
Sua mãe, aflita, se põe a procurá-la.
Um por um, da praça todos os vizinhos
São visitados inutilmente.
Ninguém consegue encontrá-la.

Tenho que ir mais longe, pensou.
E a mãe, virando a esquina,
A um rapaz sentado na calçada perguntou:
- Você viu a Luischen, minha filha?
Ela sumiu há algum tempo já...
E o rapaz trouxe o alívio tão desejado:
- Sim, entrou há pouco na casa de D.Naiá.

A mãe, com espanto feliz, corre até lá.
- Como pode ter chegado ali, sozinha?
- Nunca foi à casa desta vizinha!
Bate à porta, entra e vê a menina:
Sentada à mesa, toda contente,
Com um prato de belos cajus a sua frente.

- Ela bateu à porta e me pediu cajus;
O pé está carregado, fruto maduro,
Ela deve ter visto de seu quintal, por cima do muro!
Esclareceu, sorridente, a vizinha.
Também sorrindo a mãe a agradeceu
E sua filha só um pouco repreendeu,
Admirando-lhe a coragem
De ter ido buscar sozinha, pela porta da frente,
O que desejava tão ardentemente.

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